Ghosting Emocional: quando estás numa relação, mas já foste embora

Ghosting Emocional: quando estás numa relação, mas já foste embora
Photo by Stefano Pollio / Unsplash

Há quem ache que o ghosting só acontece quando alguém desaparece sem aviso, bloqueia tudo e se transforma num mito urbano digital. Mas existe uma versão mais subtil e muito mais comum que não precisa de desaparecer nem de silêncio absoluto: o ghosting emocional.
Aquela forma de sumir por dentro, mesmo continuando ao lado da outra pessoa.


Estás presente, mas já partiste

Tudo começa devagar. Já não perguntas como foi o dia do outro porque, sinceramente, já sabes a resposta: “igual”.
As conversas encolhem, as piadas perdem o timing, os toques tornam-se automáticos, e o olhar que antes dizia tudo agora apenas confirma o óbvio: a ligação está em modo poupança de energia.

O ghosting emocional é o momento em que o corpo continua na relação, mas a alma está de malas feitas a caminho de outra vida, outro futuro, outro “eu”.
E o mais curioso? Nem sempre há más intenções. Às vezes é medo. Outras, cansaço. Muitas vezes, é apenas a ausência de coragem para admitir que o amor já expirou o prazo de validade emocional.


Como se manifesta este tipo de desaparecimento

  • Respostas automáticas: “Está tudo bem”, “Só estou cansado”, “Nada de novo”. Tradução: já não quero aprofundar nada contigo.
  • Conversas sem curiosidade: Fala-se, mas não se pergunta.
  • Contacto físico sem presença: Beijos que parecem lembretes de calendário, abraços em piloto automático.
  • Silêncios confortáveis… a mais: Aqueles que antes eram intimidade, agora são distância disfarçada de calma.

O ghosting emocional é uma espécie de Wi-Fi relacional: parece ligado, mas não há conexão real.


Porque é que o fazemos (mesmo sem querer admitir)

Porque desligar-se emocionalmente é mais fácil do que enfrentar o fim.
Porque é mais simples culpar o tempo, o stress ou a rotina do que reconhecer que já não há entusiasmo, nem vontade de reconstruir a ponte.
E porque muitas vezes confundimos lealdade com inércia.
Achamos que ficar é nobre, quando na verdade é apenas evitar o desconforto da verdade.

Mas aqui está o problema: o amor não morre de falta de presença física. Morre de ausência emocional prolongada.


Como evitar o fantasma que assombra relações vivas

  1. Fala antes de desapareceres.
    Dizer “estou a sentir-me distante” é difícil, mas infinitamente mais honesto do que fingir que está tudo igual.
  2. Aceita que o amor muda.
    Nem toda a relação acaba porque alguém falhou. Às vezes, apenas cumpriu o seu propósito.
  3. Tem coragem emocional.
    A maturidade relacional não é não sofrer; é saber terminar com respeito e não por omissão.
  4. Presença é escolha, não hábito.
    Estar não é o mesmo que ficar. E ficar não é o mesmo que amar.

A grande ironia

Quem pratica ghosting emocional acredita que está a proteger o outro da dor, quando na verdade está apenas a prolongar a agonia.
É uma morte lenta com conversas banais, carinhos mornos e olhares vazios.
E no fim, o silêncio pesa mais do que qualquer despedida.


Se já estiveste numa relação onde o corpo ficou, mas a alma já tinha feito as malas, este artigo é para ti.

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